
O inÃcio de um novo ano é sempre um momento oportuno para refletir e transformar costumes e práticas que não queremos levar adiante. Trata-se de uma boa época para começar a corrigir os hábitos de consumo, cortando luxos desnecessários e usando mais a criatividade para melhorar sua saúde financeira, especialmente em contexto de crise econômica no paÃs.
De acordo com pesquisa elaborada pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI), em 2016 78% dos brasileiros passaram a consumir produtos similares e mais baratos. Ainda segundo o estudo, cerca de 24% dos entrevistados tiveram que vender bens para pagar dÃvidas, 19% mudaram de casa para reduzir gastos com habitação e 67% disseram enfrentar dificuldades para pagar contas ou compras no cartão de crédito.
Fatores como o aumento da inflação, a perda do poder de compra e o perigo do desemprego têm impulsionado mudanças de comportamento no consumidor que busca equilibrar o orçamento doméstico. A boa notÃcia é que, com um bom planejamento e algumas mudanças de hábito, é possÃvel passar por este momento crÃtico racionalizando as compras e sem comprometer os ganhos futuros.
Mude e reciclar
Para garantir uma boa alimentação e reduzir a despesa no supermercado, o consumidor tem substituÃdo o local ou o horário das compras em busca de melhores preços. Feiras públicas e sacolões, por exemplo, costumam oferecer preços atraentes para frutas e verduras direto do produtor, principalmente se forem as da estação – que, além de mais baratas, costumam estar mais saborosas.
Grandes redes de supermercados fazem promoções em dias especÃficos da semana, o que pode fazer uma grande diferença no orçamento do mês. Os estabelecimentos de atacado e varejo também são uma boa alternativa para as compras grandes, que incluem produtos de limpeza e de higiene.
Para vestuário, eletrônicos e eletrodomésticos, a dica é esperar perÃodos de promoção para adquirir bens de maior valor. Aproveitar estes momentos, no entanto, exige o cuidado de elencar o que é realmente necessário e distinguir o que é supérfluo. Assim, você evita cair no impulso de comprar apenas porque o item está com desconto. De qualquer forma, antes de ir para as promoções, vale a pena levantar o que pode ser reformado ou consertado em casa, pois reciclar pode sair muito mais barato do que trocar.
O uso de serviços públicos cresceu entre os brasileiros desde o inÃcio da crise em 2015 e, dentre eles, o uso do transporte público em detrimento do carro próprio. Mesmo com um carro na garagem, é interessante fazer o cálculo de gasto com combustÃvel e com estacionamento para algumas atividades cotidianas e avaliar quando é mais vantajoso dirigir ou ser passageiro de ônibus ou metrô.
Outra dica que exige apenas um pouco de tempo e curiosidade é pesquisar os benefÃcios oferecidos pelas empresas de cartão de crédito, seguro de carro, filiação sindical, assinatura de jornais e revistas, e outros contratos de prestação de serviços que assinamos muitas vezes sem ler atentamente o conteúdo.
Itens como lazer e entretenimento também devem passar por uma reavaliação. Os jantares em restaurantes devem ser reservados para momentos especiais, e o cinema para os dias de promoção. Planos de celular, uso da água e luz elétrica, passeio e viagens são outros gastos que podem ser reanalisados de acordo com suas necessidades, com o intuito de poupar dinheiro para possÃveis imprevistos. Se o poder de compra está menor, a mudança de hábitos pode ser o fator que determinará se o consumidor sairá da crise com dÃvidas ou sem nenhuma.
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